É curioso notar como alguns assuntos de somenos importância, como por
exemplo: fulana está namorando com sicrano ganham dimensões
nacionais, e outros, apesar da relevância, não. Tomemos agora o exemplo da
seguinte manchete: “Moradores da Rocinha rejeitam teleférico e cobram que verba
seja usada no saneamento básico”.[1] Essa
reportagem não teve da mídia o tratamento adequado.
A população da Rocinha já fez sua escolha: O teleférico foi rejeitado.
Pelo menos por enquanto. O povo da Rocinha tem outros pleitos que esperam por
soluções há mais tempo. Nenhum dos governantes que passaram pelo Palácio
Guanabara, pelo menos nos últimos 30 anos, tiveram a sensibilidade e a coragem
para fazer obras de infraestruturas e de saneamento básico nas comunidades
cariocas. Preferiram realizar arquiteturas grandiosas ou faraônicas, como
chamarizes para conquistar votos.
Continuemos com a Rocinha como modelo, mas poderia ser qualquer outra
comunidade carioca. Após a ocupação da Rocinha pela UPP – Unidade Policial
Pacificadora – a imundice com a qual convivia a população daquela “favela”
saltou aos olhos de todos os brasileiros. Nenhuma novidade até aqui, porém, não
se pôde mais tentar encobrir ou disfarçar a omissão e o descaso de décadas dos
governantes “cariocas”.
Sérgio Cabral e a Presidenta Dilma perderam uma grande oportunidade de
fazer diferente. Os milhões de Reais gastos no símbolo carioca do PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento) – o teleférico - deveriam ter sido “canalizados”
nas “favelas”, em forma de infraestrutura básica, saneamento, moradias, postos
de saúde, creches, escolas e professores. Os políticos continuam subestimando a
consciência do povo, acreditando que conseguirão ludibria-los por muito mais
tempo, com o “pão” (bolsa família) e o “circo” (teleféricos, estádios).
Esse descontentamento da comunidade da Rocinha também é sentido por
outras comunidades e, por outras parcelas da sociedade. As manifestações de
junho representam bem essa ideia. O fato é que esse desgosto é emblemático e
pode reverberar-se nas próximas eleições presidenciais. Aqueles que tinham a
certeza de que a supremacia PMDB-PT fosse persistir por mais tempo, devem estar
se perguntando agora: o que será do amanhã? Responda quem puder. Mas a
“maldição” do teleférico vai continuar assombrando até lá.
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